tão linda
círculo robusto
que torna a ideia lúdica
e faz a bunda dela
merecer um busto
para ser exibido
em praça pública
tão perfeita
que enfeita
toda rua
tão linda
círculo robusto
que torna a ideia lúdica
e faz a bunda dela
merecer um busto
para ser exibido
em praça pública
tão perfeita
que enfeita
toda rua
a palma da minha mão
arde
estampada na tua bunda
grande glúteo que abriga
minha glande
e me obriga
a querer mais
esfrega tua pele na minha
roça nossa ramagem pubiana
e recebe minha mão aberta
pra marcar tua pele
novamente
tenho no peito um tambor
bum bum...
que bate com fervor
bum bum...
quando vejo o
bum bum...
teu sorriso enorme
bum bum...
a passar na minha
bum bum...
praça a balançar
bum bum...
e ele faz perfeito
bum bum...
com toda a graça
bum bum...
a noite serena ficar
bum bum...
quente e morena como
bum bum...
a tua pele
bum bum...
linda!
bum bum...
bum bum...
bum bum...
foto: @Milf_lol
A Bunda, que Engraçada
A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica
Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora - murmura a bunda - esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.
A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.
A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.
Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.
A bunda é a bunda,
redunda
De: Carlos Drummond de Andrade - (1902-87)