Falo em tua boca um nome
sujo trêmulo proibido
que ressoa em teu corpo lago
como pedra que se atira
em espelho d’água
À margem do teu desejo
brinco animal puro
mergulho fundo
e solto meu cardume
na liberdade dos corpos
Falo em tua boca um nome
sujo trêmulo proibido
que ressoa em teu corpo lago
como pedra que se atira
em espelho d’água
À margem do teu desejo
brinco animal puro
mergulho fundo
e solto meu cardume
na liberdade dos corpos
solta a voz
em meu ouvido
gemido
que assalta meu corpo
no topo
do nosso delírio
vício
que a gente exalta
salta comigo
do precipício
como uma borboleta
a língua da boceta
repousa na flor de carne
o botão da rosa
vermelho espera
que o pólen esperma
na pele se espalhe
e o jardim floresça
ajoelho e oro um sonho em teus lábios
de carne purpura
brilhosa espelho d’água
em minha língua devota
que passeia em teu ponto sensível
as ondas de gemidos que se espalham
no ar quente que preservamos
inundam meus ouvidos
a pele pelos poros
embebedando todo meu corpo
lascivo que entorpece o teu
em fúria sorvo teu delírio fêmeo
penetro dedos na cavidade lisa
tenho tuas contrações na palma da mão
me sinto um homem gigante
Grafa sua boca em meu peito
no leito
feito fera que fere a caça
faça de novo
faça
marca meu corpo torpe
em vermelho
batom no espelho
que escreve um destino
Enfia os dedos longos
e prolonga teus gemidos...
Barulhos úmidos
aos meus ouvidos
deixa meu corpo em
delírios
Doce grelo
grelo doce
a minha tentação
Esfrega geme
afunda molha
desse goza
nesse fosso de tesão
Doce grelo
molhado doce
doce tentação
Tudo bem se seremos
nossas fantasias
que ao apagar da luz
dos dias
acontecem
Diária luz que ofusca a visão
Diária obrigação que ofusca o desejo
Dia diário que apaga a
noite
que acende
nossos olhos
Em pensamento reencontro a
ilusão
porque a
vida é
mesmo só
uma
impressão
Só o que sinto é
que pode ser
que seja
real
Aos teus doces
pés
suplico:
que por pena abra
as pernas para
mim apenas que
em tuas águas
termas afogarei
minha
vontade que pulsa
plena
e minha língua
que se move
serena
Abra-as apenas
pra mim
as pernas
Beijá-la os
pés e percorrer
as pernas até
encontrá-la
úmida
entre teus
poucos pelos
Língua e grelo
gozo e gemidos
nós
dois unidos um
elo
Ouça a poesia
Em teu brilho interno me deleito
e no leito entre panos peles apertos
fico perto de tocar no eterno
Leitoso explodo entre os lábios
e unidos ficamos
úmidos
Toca com a mão o teu desejo
mela-a
e leva até minha boca
Esfrega o grelo
o orgulho e
escorrega os dedos para
dentro e lá do fundo
me traz tuas vontades
Beijo teus pés em devoção
aos teus gemidos
ao barulho úmido do atrito
Vidro os olhos
acompanhando teus contorces
arrepios em pele
Falo e me debruço
em teu busto
entre espasmos despejo
em teu rosto
eu líquido
leitoso e denso
que alimenta o momento
de troca
de vida
foto: @docinholly
Em sua boceta molhada
o grelo doce aguarda
um toque íntimo
uma língua solícita
A auréola angelical salta
anjo sem asas que voa
pelos lábios
pelos toques
pelos tempos
As procuras se espalham:
dedos procuram becos
bocas procuram bicos
ouvidos procuram falas
falos procuram fossos
corpos procuram gozo
Em seu dorso encosto meu peito
que bate cadenciado
um coração que sempre quer
mais
Voa o gozo
da nossa brincadeira
Uma Via Láctea inteira
derramada em seu rosto
Passa o dedo e sente o gosto
do liquido denso
Me engole num gole
e me deixa suspenso
Lambe a glande
e me faz grande
como todo homem deve se sentir
Deitada na cama
à espreita me olha
de lábios abertos vermelhos
e fruto molhado
Grelo a espera do toque
No tom branco da sua pele
vejo o infinito que corre ao encontro
esqueço o que possa ser tempo
e me acabo
estrangulando o desejo
e o pouco que sou
Na linha do horizonte
infinita
belo monte rosa carne
nasce sol
Morro
entre teus lábios
Caudalosas tuas águas
que desaguam em minha língua
Desbravo a mata
e mato meu desejo
Deito-me em paz ao teu lado
e escuto o som do mar
em tua concha em êxtase
I
Fera e fria
santa e soturna
Mãe e rainha
freira e puta
O pecado é uma fruta que te apodrece
quando não é consumida
II
O pecado consome
quem não o consome
Comida a fruta
saciada a fome
o pecado some
De quatro e molhada
de costas para o mundo
e eu de frente para o mundo
confronto-o
Meu mundo falo duro
que rompe o silêncio
que abre as carnes
que desliza mundo adentro
que faz tua boca abrir
faz as cordas gemerem
que faz astros nos olhos brilharem
e que faz dos mundos
meu e teu
um mundo único
Corpos celestes em choque