O dedo na carne mergulha
como ave faminta que caça
Mergulho profundo na fenda
matando a fome que mata
Despida na cama ela vibra
terremoto em alta escala
Desejo de gozo intenso
do corpo agora em repouso
O dedo na carne mergulha
como ave faminta que caça
Mergulho profundo na fenda
matando a fome que mata
Despida na cama ela vibra
terremoto em alta escala
Desejo de gozo intenso
do corpo agora em repouso
Coisa linda é o cuzinho:
preto, rosado, largo ou apertadinho
Não importam as pregas
Não importa se doce ou salgadinho
Centro das nádegas
tentação do rabo
Maior é o sorriso
quanto mais empinado
Entre o prazer e o escatológico:
fetiches que entorpecem
acidentes que acontecem
na contramão do lógico
Pau, língua e dedos
passeiam entre os orifícios
Raspado ou com pelos
de joelhos, apelo para tê-lo
Tão bonita caipirinha
pendura suas calcinhas
no varal, coloridas
rendadas bandeirolas
Parece até festa junina:
olha a cobra, toma o quentão
casa comigo de mentirinha
acende a fogueira do meu coração
Amo teu rabo de quatro
e seu rosto colado
ao colchão
Corpo curvado
a boceta e o cu ofertados
ao meu pau, língua e dedos
sendo sempre revezados
Fode-la assim
é idílico pra mim
um sonho acordado
Entre nós
um domínio
trançado desejo
pela pele
Atados ao ato
o vício:
violento gozo
que nos impele
Feito cão fiel, destino meu:
ando encoleirado na tua
babo por outros rabos na rua
mas só quero lamber o teu
Olho-a nua na foto
como um devoto
fervoroso
em rito religioso
que reza à santa
Minha liturgia pagã
solitária e profana
na imagem derrama
toda minha fé
até a última gota ah. ..
Todo meu peso sobre o teu dorso:
fricção, suor, tesão
pressão, sucção, arrepio...
Meu pau com tudo na tua boceta
meu dedão todo dentro do teu cu...
Os gemidos variam de vibração
entre tapas no teu rabo
beijos na tua nuca
e tenros palavões ao teu ouvido
Quanto tempo passou? Nem percebi...
É assim que a gente fode melhor!
Há um doce diferente em tua língua
que se espalha em mim com rapidez
Banhe meu pau com tua saliva
para meu âmago cobrir a tua tez
Um êxtase
que espalho
feito confeiteiro
sobre seu corpo
Branco creme que enfeita
ela em fúria
e doce
na cama
Lambe os dedos
Lambe o que se estende
a sua frente
Traquina, desobediente
Prazer ao leite
Ingrediente dileto
Deleite completo
Tão bom o cheiro da minha amada
seu gosto doce, na pele salgada
O suor... Corpos quentes sobre a cama
Chama que aquece a noite gelada
Nas madrugas de Inverno
nossos abraços de Verão
De estação em estação
que esse calor se mantenha eterno
É tão gostoso
como a gente se encaixa:
lado oco e lado pino
brinquedos igual Lego
Masculino e feminino
construindo
um castelo todo
colorido
Um império
feito de sentidos
Acordei a Bela Dorminhoca
com um beijo na boca
profundo e envenenado
Entorpecidos, na cama
comemos a maçã do pecado
Amanheceu, ela foi embora
e me deixou um recado:
esqueceu os chinelos dourados
pra dizer que ainda volta
Espero que volte, para pegá-los
Vou me ajoelhar e calça-los
em seus pés; percorrer as pernas
até o meio delas; atingir os pelos
Entre meus lábios, os seus, tê-los
e novamente enlouquecidos
fazer a estória acontecer
Reescrevê-la, com prazer
Eu, gato sem botas
e você, nas maravilhas
fazendo um conto de fadas
virar um conto de fodas
Minha gatinha mia
esfrega seus pelos em mim
morde, arranha
levanta o rabo
geme...
Até virar cadela
E eu
por cima dela
faço
gato e sapato
O nosso ato
é de fato
feito
bichos
Mútuos animais de estimação
Quando te beijo
me sinto um bicho
Instinto primitivo
que arrepia a pele
Corpos vivos
Carnívoros
se devorando
Animais lascivos
Teu cheiro na minha cama
Teu gosto na minha boca
Teus lábios na minha pele
Teu corpo na minha memória
Teu gemido nos meus ouvidos
Teus gestos nos meus sentidos
Teu sorriso nos meus olhos
Teu gozo na minha vitória
Tudo é
teu e meu
nesse universo profano
feito por debaixo dos panos
tão linda
círculo robusto
que torna a ideia lúdica
e faz a bunda dela
merecer um busto
para ser exibido
em praça pública
tão perfeita
que enfeita
toda rua
peludinha linda
um belo novelo
contraste perfeito
tua pele branca
teus pelos pretos
fios que teço
e emaranho
pau boca dedos
a abelha rainha
de quatro na minha
colméia a me servir
fêmea a produzir
fluídos em serão
melado sem fel
seu mel em meu
ferrão
fios brancos transados
enroscados em pelos pretos
dueto que me acende
trama que surpreende
e me prende
os olhos
e me ajoelho
me rendendo
a tua renda
e caio em tua rede
a natureza que nos rende
bichos da seda
em
bichos de sede