a estrela mais linda brilha
no fundo do céu da tua boca
aberta constelação a me manter
em órbita
meu astro em colisão com tua língua
explode cometas que cruzam
teu espaço garganta adentro
uma via láctea inteira que escorre
devorada pela vontade perpétua
de expandir
universo que se consome
chupa de joelhos olha
em meus olhos lambendo
as bolas e mantém
a boca aberta
vou jorrar em
minha puta predileta
for @SamanthaRone
Quando ela entrou no ônibus, fitou rapidamente, após a catraca e o cobrador, vários lugares vagos, num coletivo noturno, o vulgarmente chamado de “navio negreiro”, e que tinha somente dois ou três gatos pingados como passageiros, com cara de derrotados pelo dia cansativo, vindos ou indo sei lá de onde ou para onde, viajantes que nem imaginavam que seriam testemunhas do ataque de uma fera primitiva a uma dispersa presa frágil.
Em um dos cantos da última fileira de bancos, que ficavam no fundo, havia um rapaz sentado, com fones nos ouvidos, observando distraído o que passava pela janela. Ela pagou, passou pela roleta olhando-o, e ele não a percebeu. Ela seguiu em sua direção e sentou-se ao seu lado, perna com perna, segurando no apoio do encosto do banco da frente. O rapaz olhou-a de soslaio e voltou sua atenção para a paisagem escura lá fora. Ela nunca havia sentido tamanho ardor antes. De repente começou a pensar incisivamente na situação em que se encontrava: ela e um total desconhecido, sentados à beira da madrugada no fundo de um ônibus quase que vazio; sua imaginação foi tão violenta com a carne que ela ficou inteiramente excitada. Os bicos dos seios enrijeceram repentinamente ao mesmo tempo em que suas pernas se juntaram ao sentir o calor que se formou em seu meio, deixando-a arrepiada e molhada de desejo. Discretamente passava a mão do lado de dentro da sua coxa, que ficou exposta, pois ao sentar-se, a saia azul-marinho de seu uniforme subiu e ela não a puxou de volta. Sua vontade era de massagear-se ali mesmo ao lodo do distraído rapaz. O que ela queria mesmo era gozar com um estranho, aquele momento voluptuoso e faria o que fosse possível para que isso acontecesse, pois mais nada importava ali, além de seu deleite arrebatador e solitário.
A rotina de trabalho é de deixar qualquer um maluco e castrado, a vida sem muita graça, cheia de mesmices, dias pálidos e ela já não suportava as repetições cotidianas, o que refletia diretamente no seu prazer, pois já não o sentia mais no sexo feito de maneira convencional, que na sua concepção os pragmatismos dos relacionamentos humanos haviam deixado insosso. Marcar para sair, se arrumar, ir até um bar, se preocupar em dizer a coisa certa... Todo esse ritual não lhe dizia mais nada, era totalmente manjado e mecânico, um jogo marcado em que todos no final sempre perdem. Queria algo diferente, queria deixar seu lado animal, que estava aprisionado em algum lugar de seu interior, vir à tona, rebelar-se. Queria agarrar o cara que lhe desse tesão só de olhar, e trepar com o indivíduo na hora. Nada de conquista, de papo furado, nada de flores, bombons, nem vinhos nem perfumes nem nada, isso já não lhe fazia mais a cabeça, não precisava mais dos machos para lhe fazer agrados materiais e nem mimos infantis às orelhas, queria mesmo era deixar o extinto sexual soturno emergir e domina-la. Assim como fazem os cachorros, se cheiram, trepam a luz do dia no meio da rua e foda-se! Qualquer coisa além disso passou a considerar pura perda de tempo. Faria agora como nos tempos das cavernas, só que ao contrário porque ela seria a predadora e a vítima escolhida estava cercada, logo ali ao seu lado.
Com a respiração alterada, ela encarou o sujeito, que já havia percebido seus movimentos não tão comuns para o ambiente. O cara voltou sua atenção para frente, tirou os fones, deu uma pausa para criar coragem, olhou-a e a cumprimentou. Recebeu de volta um sorriso largo junto com um olhar brilhoso e malicioso. Ele falou com ela novamente e em resposta recebeu um súbito beijo na boca que o surpreendeu de tal maneira que a injeção de adrenalina que seu corpo recebeu arrepiou seus pelos, e sem pensar muito respondeu a atitude da moça roçando sua língua na dela. As mãos bobas começaram a circular firmes pelos divertidos e prazerosos caminhos erógenos, até que ele a tocou, sentiu todo o calor e umidade que uma mulher em êxtase pode produzir. Ela tocava-o por cima da calça, esfregava, apertava e sem demora abriu sua braguilha, enfiou a mão por dentro botando-o enrijecido para fora. Passou a masturbá-lo, queria deixá-lo completamente duro, petrificado, e rápido conseguiu. Quando ela viu o membro erguido, sua boca encheu de água e não resistindo à vontade de devorá-lo, curvou-se e começou a sugá-lo sentindo-o quente em seus lábios, ficando cada vez mais molhada e cada vez mais que ficava molhada ela sugava mais ainda. Ela sentia-se dominadora da situação quando deslizava a língua na cabeça do pau e ouvia baixinho o gemido contido do rapaz, que por extinto agarrava seus cabelos e conduzia os movimentos orais. Enquanto uma mão ela segurava e sugava sua presa, com a outra alternava esfregões frenéticos no clitóris e o vai-e-vem de enfiadas dos dedos a procura de pontos que lhe deixassem cada vez mais inebriada. Ela recebia e proporcionava prazer, seus olhos reviravam num delírio egoísta onde a satisfação dele era secundária. Ela chupava-o porque gostava... Mordiscava-o porque gostava... Babava-o todo, sentia-se a fêmea devoradora.
Explodindo de excitação o rapaz empurrava a cabeça dela para baixo e ela engolia-o todo. Quando voltava a cabeça para cima, puxando pelos cabelos, recebia a pressão das sugadas ainda mais fortes, com linguadas atordoantes. Foi assim até ele não aguentar mais e jorrar quente na boca dela, que continuou sugando... Até engolir todo o leitoso liquido. Ofegante ela ergueu a cabeça e levou a mão, toda empapada, que estava em seu meio, até o nariz, farejando seus fluídos e chupou-os, sentindo seu gosto, todo seu mel e poder.
Após a caça finalizada, ela recompôs-se no assento, assim como o rapaz que de olhos vidrados, não acreditava no que havia acabado de acontecer. Os outros passageiros davam olhadas rápidas para trás na tentativa de entenderem, meio que sem acreditarem, no que os dois estavam fazendo. O cobrador nem se deu conta da cena, estava de lado em seu acento se entretendo com um radinho ao ouvido. O rapaz tentou puxar assunto, perguntou o seu nome, número de telefone, coisas de praxe, mas ela não respondia, só olhava longe e sorria comportada com semblante de satisfação. Alguns pontos mais à frente a amansada fera felina desceu, sem trocar uma palavra com o rapaz, que sem entender nada seguiu no ônibus.
Quando ela chegou à sua casa, foi para o quarto, jogou a bolsa e outros objetos sobre a cama, despiu-se e entrou no banheiro para banhar-se. Lembrando-se do acontecido, masturbou-se apertando os seios e mordendo os lábios, relaxando debaixo da ducha quente. Após o banho, fez uma leve refeição e foi deitar-se. Com o corpo brando repousado, sentiu-se suave, como um bicho que acabara de devorar sua presa e saciar a sede por alimento. Virou-se de lado, apagou a luz do abajur e dormiu em paz, sabendo que de amanhã em diante todo dia é um dia novo e que tudo nele pode ser feito de outra forma, sem cerimônias.
falo
minha língua em teus
lábios
dialeto de nossos
corpos
nos entendemos em poucos
toques
em muitas peles
dizemos um ao outro tudo
sobre nós
beijo tuas bocas
teu brilho molhado
levando teu gozo
de lábios a lábios
tesão da tarde entre os dedos
melados
chupa-os
como doce
tentação que nos afoga
no fogo
e afaga
nossas carnes
pousa a boceta na minha boca
solta o corpo
repousa
me sufoca com tua vontade
passa os lábio no meu rosto
na minha barba rala
mela minha face escrava
que te dou minha devota língua
goza e molha
o nosso fogo
e mantém nossa perversão acesa
vem
ajoelhe-se
que vou foder a tua
boca
abra-a
baba todo ele e engula-o com gana
guarda-o todo em tua garganta
enquanto me olha gulosa
e passeia a língua
na glande
nas bolas
pelo longo das minhas veias em riste
chupa como se fosse acabar
o mundo
suga a nossa essência
em teus cabelos meus dedos
entrelaçados
conduzem o movimento do tempo
que se dilata
na ardência dos tapas
que ecoam em tuas maçãs
sorri e lambe meu pau
que a porra vai jorrar
branca pura quente
por toda...
mela a face sem disfarce
engole meu líquido
liquida meu desejo e me
faz o homem que imagino que sou
abre
abre, bem
abre bem a boca
mostra
põe a língua pra fora
agora
meu tesão jorra
quente na sua garganta
alvo
leitoso
abre, bem
abre bem a boca
e engole
viscoso
me engole
lambe gostoso
passa a língua
e todo o resto do tempo
comigo
na boca
Sua língua úmida em minha pele
meu pau em sua boca despeja...
Tudo o que se deseja:
que o instante se repita
Minha boca
Pede
Pelo
Sweet Martini
Que há
Entre elas
Abra as
Pernas
Apenas
E sem penas
Entre panos
Profanos
Vamos pecar
Maçã mordida
Pelo desejo
De Branca
Minha neve espirra
Branca
Sobre a pele
Branca
De Branca
Agora, de neve
Nosso pecado
Alvo
Se completa
Nas maçãs de Branca
Cheias de minha neve
Quente